DURINO foi terror para uns e
segurança para outros.
Chamava-se FRANCISCO JOSÉ DE LUCENA, nome idêntico ao de
seu avô. DURINO foi filho único de um senhor chamado Cadete, que residia em
Bebedouro (hoje cidade de Agrestina) e de Luiza Lucena, mais conhecida como
“YAYÁ.
Depois que Cadete morreu, dona Yayá casou com o Sr.
Tranquilino de Barros Correia. Desse casamento nasceram dentre outros, os
seguintes filhos:
ANTÔNIO TRANQUILINO
BERNARDO
TRANQUILINO
JOSÉ TRANQUILINO LUCENA DE
BARROS CORREIA.
Durino prezava muito um de seus tios, este chamado
Juvêncio Pedro de Lucena, pai de João Juvêncio, a quem Durino chamava de “TIO DOUTOR”.
Quando jovem, Durino residia na
Povoação de Lagoa do Souza (hoje é vila do Município de Lagoa dos Gatos).
Durino era um jovem alegre e pacato.
Entre tanto, tendo havido umas desavenças numa casa onde
se praticava jogos de azar, lá em Lagoa do Souza, Durino viu-se obrigado a
defender-se como podia, e tal foi a fúria dos contendores, que no final da confusão, Durino havia
assassinado um jovem da família dos Muniz, que era grande e valente, conforme
se dizia na região.
Durino só tinha uma alternativa: fugir dali. E assim
fizera. Foi para o Estado de Alagoas, evitando ser morto pelos familiares da
vitima ou ser preso pela polícia.
Em Alagoas viveu algum tempo protegido por SENHOR DE
ENGENHO muito conhecido e respeitado pelas atrocidades que patrocinava.
Inexperiente, como qualquer jovem que nunca havia
viajado, Durino foi por força das circunstâncias, alheias a sua vontade
impedido de voltar à sua terra, haja visto o crime a que se viu forçado a
praticar, obrigado a conviver num ambiente miserável, onde matar o semelhante
sem maiores motivos, era natural e até considerado um ato de bravura e em
muitos casos, uma forma de se ganhar a vida. Paga-se quase que só para isto,
como ocorre ainda hoje, em menor escala.
Durino não nasceu ruim e não era ruim. Era um jovem como
os demais fizeram Durino ruim, e depois ele não pode mais retroceder. Não havia
capacidade cultural e psicológica para isto, e muito menos ambientes.
Ensinaram a Durino o caminho errado. Muitas pessoas
importantes da região, elogiaram-no abertamente, apoiando-o a fazer o que na
realidade não o devia. E Durino sem o devido preparo servia de instrumento aos
potentados da época, notadamente, aos que lidavam com os mesquinhos interesses políticos
em Panelas e no estado das Alagoas.
Na “Terra dos Marechais”, onde ele recebeu as primeiras “aulas”
e talvez até o “diploma de valente”. Durino começou também a ser temido pelo coronel-patrão
que o havia apoiado quando ele fugira para Alagoas para não ser preso ou morto
em Pernambuco, após o seu primeiro crime de morte. E o mesmo coronel-patrão,
estava sem saber como se livrar de Durino, e mandou que o mesmo botasse pra
fora da propriedade, um “MORADOR” afeito as lutas e aos mais hediondos crimes, sem,
no entanto, Durino ter pleno conhecimento dessas péssimas qualidades desse tal “morador”.
Acontece que o dito “coronel”, estabelecera de há muito
com esse seu “empregado”, a titulo de senha, que quando alguém chegasse a casa
dele dizendo ter um recado do “coronel” ele já saberia, era só matar, pois tratava-se
de gente muito perigosa, e uma ameaça para o “coronel”, tinha que levar fim.
Durino já se tornado malicioso, e muito perspicaz,
desconfiou dessa empreitada, e chegando à casa do referido empregado, bateu à
porta, dizendo que “tenho um recado pra você”, e imediatamente amparou-se no
oitão da casa, quando ouviu um estampido de uma arma de fogo, que não o
antigira. Isto era já tarde da noite.
Logo após esse disparo, sob a claridade, de uma lua
cheia, Durino viu muito bem quando o tal “morador” saltou no terreiro da casa e
com um longo punhal à mão, investiu contra Durino que depois de demorada luta a
ferro, recebeu vários e profundos golpes, desferindo também muitas punhaladas
no seu desafeto, graças a habilidade impar no manejar punhal, passando-o de uma
mão à outra, numa incrível velocidade. Durino consegue matar o inimigo.
Ferido, porém forte, Durino foi até a casa grande do “coronel”,
relatar todo o acontecido e cuidar dos ferimentos recebidos, e lá chegando,
disse tudo e o “coronel” abismado, exclamou:
“DURINO VOCÊ MATOU O HOMEM?
ELE ERA MEU COMPADRE!”
Durino retrucou:
“E o senhor não mandou botar
pra fora do engenho?” Quando dei o recado ele quase me mata. Pra não morrer,
tive que mata-lo”.
Aí foi que o “coronel” ficou assombrado com Durino. Não
havendo condições de tratamento ali e Durino tendo que tratar-se, disse ao
coronel que ia embora. O dito coronel dando graças, deu-lhe bastante dinheiro e
Durino veio parar em Panelas, onde se tratou, tido sido constatado que umas três
punhaladas haviam perfurado o seu intestino, chegando a “botar” fezes pelas
perfurações. Teve repouso e bom tratamento e se restabeleceu.
DURINO
NO SERTÃO
Certa vez no sertão pernambucano, Durino travou um
cerrado tiroteio com a polícia, usando um revolver todo niquelado, calibre 44 (um
negant), porém, levando desvantagem numérica, terminou sendo preso,
condicionando a sua prisão a garantia de sua integridade física e moral, que
foi aceita pelo Delegado Capitão João Caetano. Três dias depois, o Coronel
Japiassú reconhecendo-o e sabendo tratar-se de Durino de Panelas, soltou-o,
pois admirava-o como homem destemido e de palavra. Durino no mesmo dia
regressou à Panelas.
DURINO
NA FAZENDA BARRIGUDA
Chegando do sertão, Durino juntou-se a quatro outros
perigosos amigos, e resolveu ir até a FAZENDA BARRIGUDA, que se localizava no
Munícipio limítrofe de Altinho, onde procurou o responsável (vaqueiro) pela
mesma, dando-lhe três horas para desocupar a casa e a propriedade, com a família
e tudo, advertindo-lhe ainda, que deveria deixar na casa, o pote de água e uma “quartinha”
(cântaro).
O vaqueiro conhecendo-o, não teve dúvidas, juntou tudo
que tinha, botou nas costas dos animais e rumou para Panelas, a fim de
cientificar a proprietária da fazenda, dona Francisca Rufino, conhecida por “dona
Chiquinha”, que ao tomar conhecimento do fato, limitou-se a dizer:
“NÃO TENHO NADA A FAZER. DEIXA
DURINO LÁ, DEPOIS ELE VAI EMBORA”.
E assim foi. Durino matou bois, carneiros, bodes, comeu
com os amigos, vendeu partes para comprar outros gêneros alimentícios, isto
durante três meses. Durino deixa a fazenda Barriguda e volta à Panelas,
mandando um recado para dona Chiquinha Rufino, de que não precisava mais da
propriedade. Durino se ufanava de suas atitudes e tresloucados gestos. No caso
da fazenda Barriguda, outros amigos seus perguntavam-lhe se dona Chiquinha
Rufino não havia ficado com ódio dele? Pelo que respondeu:
“Vou mostrar a vocês que ela agora é que gosta de mim.
Vou mandar pedi-lhe duzentos mil réis. Vocês vão ver o dinheiro chegar logo nas
minhas mãos”.
Mandou um recado à dona Chiquinha Rufino como não tinha o
dinheiro no momento, conseguiu com dois de seus irmãos e mandou entregar a
Durino, que ao receber deu uma bonita risada dizendo:
“TÁ VENDO QUE MÃO CHIQUINHA
GOSTA DE MIM?”
Todos riram com ele. Depois Durino chamou os amigos e foi
beber na bodega de dona Rosinha Lopes, que vendia um “cachimbo” e licores
gostosos.
OS
BELISCÕES DE DURINO
Durino quando aparecia em no município de Panelas, muitos
eram os garotos que achavam uma beleza, porque Durino dava-lhes dinheiro, bem
como a pessoas pobres que conhecia.
Acontecia porem, que ele gostava de divertir-se com os “moleques”
como ele os tratava, que lhe pediam dez tostões. Primeiro Durino dava-lhes um
beliscão na barriga ou levantava-os sustentando-os pelo couro do bucho, e se o
cabra chorasse, perdia o direito de receber o dinheiro. A turma já sabia que
ele era assim, fazia tudo e não chorava nas “vistas dele”, embora logo ao
receber os dez tostões, corriam para um lugar isolado e muitos choravam
escondido ou iam dar massagem no lugar do beliscão.
DURINO
ARRANCA O BIGODE DO INIMIGO ANTÔNIO JUREMA
De outra vez Durino vindo do sertão da Paraíba, foi para
o sitio Brejinho, no Município de Panelas, hospedando-se na casa de Antônio
Jurema que dizia ser amigo dele. Sob a falsa alegação de precisar fazer umas
compras na cidade de Panelas, Antônio Jurema, pediu licença e seguiu viagem de
uns dois ou três quilômetros aproximadamente, ao chegar a Panelas, Antônio Jurema,
procurou o delegado de polícia o então, Major Jerônimo, pedindo que fosse
prender Durino que estava em sua casa. O Major reuniu os soldados do
destacamento de policia e seguiu para o sitio Brejinho. Já era quase seis horas
da tarde.
O tio de Durino a quem ele estimara, chamado Juvêncio
Pedro de Lucena, filho este do Coronel Francisco José de Lucena (nome idêntico ao
de Durino), tomou conhecimento do fato através do carcereiro que era seu amigo,
soube de todo o plano.
Juvêncio Pedro de Lucena, a quem Durino chamava de “Tio
Doutor”, juntamente com dois outros homens de sua inteira confiança, armados a
rifles cruzetas e revolveres, ficaram no caminho ás escondidas, objetivando na
volta tomar Durino da polícia.
Aconteceu, que, o Major Jerônimo e os soldados sob seu comando,
ao chegarem na casa de Antônio Jurema, cercaram a residência deste, e o major
entrando na mesma encontrou Durino sobre uma parede interna da casa, uma vez
que Durino havia assim procedido, para evitar maiores aborrecimentos com à
polícia, mas o delegado pensou de forma diferente, chamando-o de covarde,
mandando que descesse para ser trancafiado na cadeia de Panelas. E Durino
depois de pedir que o deixassem em paz, o que não foi aceito, desceu, mas
desceu pronto para briga, e foi logo atirando com uma pistola “mouse” (A primeira pistola semiautomática), escapando do cerco policial.
Voltando à cidade, o Major Jerônimo e os soldados, ao
passarem pelo local onde se encontravam Juvêncio Pedro de Lucena (tio Doutor) e
os dois outros companheiros, atentamente observaram que Durino não havia sido
preso. Resolveram então seguirem viagem até a casa de Antônio Jurema, para
inteirar-se melhor da situação, e ao chegarem lá, encontraram Durino enfurecido
arrancando os bigodes de Antônio Jurema, não matando-o graças a interferência do
seu “tio Doutor”. Há pessoas que contam que Durino só arrancou o bigode de
Antônio Jurema, no sábado seguinte quando esse vinha para a feira de Panelas.
Durino não só ficava irritado, mas até furioso quando
alguém o enganava, sempre se vingando dos que agiam assim contra ele. O mesmo
fazia com as pessoas que sem que tivessem sido ofendidas por ele, detratava-o,
e tanto foi assim, que certa vez, tomou conhecimento que um determinado morador
da zona rural, confiando em suas boas amizades e condições financeiras, começou
a chama-lo de “cabra safado” e que “aquilo não é homem de qualidade”. Durino
foi ao sitio onde o dito morava, por volta das quatro horas da tarde de um
domingo, penetrou em sua residência sem lhe pedir licença, sustentou-o pela “beca”,
deu-lhe empurrões e uns “sopapos” para lá e para cá, bateu-lhe violentamente e
o homem gritou pedindo por tudo que não o matasse, que fazia tudo o que ele
quisesse. Nesse interim, a mulher do fazendeiro encontrava-se trancada em um
dos quartos, morrendo de medo. Em seguida, Durino resolver amarra-lo em um
banco tosco de madeira que existia na sala, e foi buscar a mulher do mencionado
homem que ofendia constantemente sua pessoa.
Bateu à porta do quarto e mandou que a mulher saísse,
pois caso contrário derrubaria a porta. A mulher saiu e foi logo dizendo: “não
me mate, que eu sempre pedi a ele para não falar do senhor”. Durino respondeu: “Não
vou lhe matar, vou mostrar a esse cabra safado como é que um homem de raça faz!”.
Rasgou à roupa da mulher do homem que se encontrava amarrado no banco da sala,
deixou-a despida e manteve relações sexuais com ela na presença do marido.
Depois, virando-se para ele disse:
“AGORA SUA MULHER VAI TER UM
FILHO DE UM HOMEM!”
Vestiu-se, montou em seu cavalo “SABIDO” e voltou à
Panelas. Não se apartava do seu rifle chamado “JARARACA” que conduzia cruzado,
e de seu cachorro “SAMAMBAIA”. Durino era também considerado filho de criação
de dona Francisca Reis de Lucena, cognominada de “dona Chiquinha”.
A história do cavalo de Durino, chamado “SABIDO”, começou
com uma oferta que lhe causou constrangimento. Durino encontrava-se num sábado pelas
11 horas da manhã, na feira de Panelas, quando um cidadão já velho, porém
bastante forte, dirigindo-se a ele dissera:
“OLHE, EU QUERI QUE VOCÊ VÁ
AMANHÃ ALMOÇAR COMIGO. QUE VOU DAR-LHE UM PAR DE ALPERCATA!”
Durino que estava calçado com um par de alpercata bastante
usado, sem que o velho houvesse visto, ficou danado da vida, com o atrevimento daquele
homem que não conhecia, e sem dizer nada pra ninguém, procurou saber onde o
velho morava, e no dia seguinte, ao meio-dia, Durino chegava à casa pretendida,
a pé. Ele não dispunha de um cavalo ou outro animal de montaria.
Lá foi bem recebido, mas Durino só tinha uma intenção,
era almoçar e depois dar uma pisa no velho, por tamanho desaforo, de ofender
lhe em praça pública, uma alpercata. Durino não se alimentou bem, embora o
velho o tivesse preparado um apetitoso almoço. Ao terminar de comer Durino
virando-se para o velho, disse: “CADÊ A MINHA ALPERCATA?” O velho chamando
Durino até o quintal da casa, mostrou-lhe um lindo cavalo, todo arriado,
dizendo-lhe: “OLHE AÍ, ISTO É PARA VOCÊ NÃO ANDAR A PÉ. ELE É SEU. É A SUA
ALPERCATA!” Durino esmoreceu e os seus olhos ficaram cheios de lagrimas, tal a
emoção que sentiu, e o velho acrescentou: “ELE VAI SERVIR MUITO A VOCÊ, POIS É
MUITO SABIDO”. E Durino sem titubear: “POIS O NOME DELE VAI SER SABIDO!”. Dias
depois Durino torna-se compadre do velho.
DURINO
FECHA BOM CONSELHO
Estando Durino no município de Bom Conselho no estado de Pernambuco,
juntamente com alguns de seus companheiros, farreando com jogos e bebedeiras, eis
que ocorreu um desentendimento que terminou em uma briga corpo a corpo, e
posteriormente em tiroteio em pleno centro do município. Era aproximadamente
sete horas da noite, e as poucas casas que estavam com suas portas abertas, logicamente
foram cerradas, para que se evitassem prejuízos materiais ou de vidas humanas.
Nesse tiroteio, Durino chegou a usar o seu rifle calibre
44, denominado “JARARACA”, e como não havia com quem brigar, deu alguns tiros a
esmo, e no dia seguinte muitas pessoas diziam: “VOCÊ SOUBE? DURINO FECHOU A
RUA!”
Semanas depois a noticia chegara doutra forma em Panelas:
“VOCÊ SOUBE? DURINO FECHOU O MUNICIPIO DE BOM CONSELHO!”
A
MORTE DE DURINO
Existia uma ferrenha intriga entre Durino e Elpídio Rodrigues
de Meira Torrres. Certa vez Elpídio havia sido “desfeitado” por Durino por
questões políticas da época, possivelmente para satisfazer chefes de facções partidárias
antagônicas, e Elpídio alimentava o desejo de vingança, e para isto já havia
mandado emboscar Durino mais de uma vez, não obtendo sucesso nessas horrendas
empreitadas, graças também ao cavalo de Durino, que era treinado para enfrentar
situações dessa natureza, tanto baixar-se quanto pular obstáculos livrando-o de
muitos perigos pressentidos por Durino, daí o nome “sabido” era um cavalo muito
bom.
Residindo em Lagoa do Souza, então pertencente ao município
de Panelas, Durino tinha apenas três caminhos a seguir tanto para ir de Panelas
para casa, como vice e versa, que eram pelos sítios Boqueirão, Brejinho e Saco
de Cobras.
Quando Durino desconfiava de qualquer coisa, mudava de itinerário
e as emboscadas preparadas sempre falhavam, era como uma espécie de percepção extra
sensorial que lhe favorecia. Outras pessoas diziam que ele era favorecido por
rezas fortes.
Um afilhado de Durino, conhecido por “ZÉ DE ANA”, mas que
vivia em companhia de Elpídio, seu inimigo número um, prontificou-se a matar
Durino dizendo a Elpído:
“ELE É MEU PADRINHO, MAS SE O
SENHOR QUISER EU QUEBRO ELE” (quebrar é sinônimo de matar de emboscada).
Elpídio não aceitou a proposta de “Zé de Ana”, dizendo
que não dava certo, pois ele era seu padrinho, e que ele mesmo sabia como
fazer.
No ano de 1914, Elpídio armou novo esquema, com homens
armados de rifles nos trechos das estradas que passavam por sítios Boqueirão,
Brejinho e Saco de Cobras, colocando em cada emboscada três pessoas. Era um dia
de sábado a tarde, dia da feira de Panelas. Durino estava na igreja Matriz do
Bom Jesus dos Remédios, onde seria padrinho de uma criança filha de seu amigo
Epiphanio e de uma amante dele. Após o batizado Durino e o casal seguiram
viagem a Lagoa do Souza onde moravam. Ao passar pelo caminho escolhido que foi Saco
de Cobras, no trecho chamado por “APERTADO”, Durino que ia na frente do já
compadre Epiphanio, em dado momento ouviu-se um estampido. Havia sido um tiro
de rifle que atingiu Durino, e este, virando-se baleado disse: “POR QUE ME FEZ
ISSO COMPADRE EPIPHANIO?” Não houve tempo para Epiphanio responder que não
havia sido ele o autor do disparo, e Durino usando um revólver calibre 44, deu
mortal tiro em Epiphanio a mulher mão da criança que vinha montada na garupa do animal e
abraçada segurando em Epiphanio, com a mão sobre o seu peito esquerdo, teve a
mesma perfurada pela bala que matara Epiphanio. Durino se enganara. Em seguida
novos tiros foram disparados sobre Durino pelos rifles de Elpídio e seus
comparsas. O cavalo “Sabido” DE Durino disparou com ele montado e mais adiante
Durino cai do mesmo e é puxado por cerca de uns 100 metros, soltando-se depois
dos arreios e seguindo em desembalada carreira, indo parar na casa de Durino em
Lagoa do Souza, enquanto Durino mortalmente ferido, recebe mais quatorze tiros
de rifles na cabeça.
Depois dessa morte os assassinos ficaram homiziados em
uma propriedade de um amigo de Elpídio da família Gouveia. O estrago provocado
na cabeça de Durino foi enorme, a ponto de expor a massa cefálica , que foi
trazido um lenço para ser sepultada junto com o corpo do mesmo, que chegando a
Panelas para receber do padre à “ENCOMENDAÇÃO DA ALMA”, o vigário recusou
alegando que não podia fazer nada pelo morto, face as circunstâncias da
morte, pois nem mesmo “SINAL” era
permitido tocar, Durino foi enterrado sem assistência da igreja católica apostólica
romana da época, hoje bastante diferente com as inovações ecumênicas.
Durino era casado com Dona Anna Galvão, a quem chamava de
Aninha, de tradicional família panelense.
Texto adaptado Por: Jotta Andrade professor de história, cofundador do Movimento Cultural Panelense.
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